segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

O que essa grávida tá fazendo aqui??


Rua 25 de março, sol de rachar, barrigão de 9 meses e um mundo em sacolas.

-O que essa grávida tá fazendo aqui??
Era o que eu pensava quando via uma cena dessas.
Mas, agora eu entendo!

Grávidas adoram saracotear!!
Ainda mais no último mês de gestação. Eu já não estou mais trabalhando, com uma ansiedade danada pra chegada do Mathias, querendo comprar o mundo inteiro e por dentro de um quarto, onde só cabe um berço e um armário. Aí já viu!?
Rua 25 de março, Ceagesp e afins, aí vou eu! Ou melhor, aí vamos nós!
Tem tanta flor dentro do apartamento que parece que vou revender!

Mathias, chega logo meu amor, senão sua mãe vai pirar! ;)

domingo, 14 de novembro de 2010

Com vida


O fim nunca é bom, se fosse bom seria o começo!

Ouvi isso num filme que já não lembro mais o nome, mas achei a mais simples das verdades.
Bem simples.
O que não é nada simples é sobreviver ao final do filme.
E o meu já não é de hoje que anda anunciando o tal do 'the end'.
Eu é que estava distraída demais com os diálogos incríveis, com os belos cenários e com os atores super charmosos, que acabei não prestando muita atenção no incontestável.
Dizem que história boa tem que ser boa até o final, que muitas vezes deve ser surpreendente.
Mas pensa bem.
O surpreendente só é bom no filme dos outros.
Porque no seu, você quer o trivial, o clássico, o esperado, o 'happy end'.
E quando não é assim que acontece, não tem pra quem reclamar.
Você continua ali sentada, até o término dos créditos, até o acender das luzes, até o levantar das pessoas, até você se convencer de que a vida continua, e que vai muito além daquelas quatro paredes e um projetor.

É muito comum pequenas histórias se transformarem em grandes películas.
Mas esse notório curta-metragem se transformou em longa de uma forma muito peculiar.
Sem aclamações de público e crítica. Pendurado no cordão do acaso. Com vida própria.
Com vida, convida.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Instrutor Dorminhoco


É possível de acreditar que um instrutor de auto-escola seja capaz de dormir enquanto uma grávida maluca dirige?
Não só é possível como estou sendo boazinha dizendo que ele dorme, porque na verdade ele chega a roncar, deve até sonhar que está em casa...
E o engraçado é que eu dirijo muito melhor quando ele não está me atormentando toda hora: 'não esquece da seta' 'diminui a velocidade' 'pisa na embreagem' e etc...
Tô achando ótimo mesmo esse instrutor dorminhoco!
Vou marcar minhas aulas cada vez mais cedo! ;)

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Bacuri


O ultrasson estava marcado para às 18 hrs. Saí adiantada do trabalho, tranquila. O Pablo já estava à caminho, sossegado. Já estava quase chegando no laboratório, tudo dentro da previsto.
Se não fosse por um detalhe: Esqueci a guia do exame em casa!
Meu Deus e agora?!?!
Liga no laboratório, procura um táxi, não tem táxi no ponto, procura na rua, não aparece, a ligação caiu, liga de novo, avisa que vai chegar atrasada, sem garantia de atendimento, começa a chorar, pega um táxi, enlouquece o taxista, reclama do trânsito, chega em casa, sobe correndo, procura a guia, não encontra, volta a chorar, encontra a bendita, desce correndo, volta, dá uma escovada no cabelo, passa um perfume, desce correndo, enlouquece o taxista, liga para o Pablo, liga para a mãe, liga no laboratório, acabam-se os créditos, chega no laboratório, o taxista não consegue contar o troco, enlouquece o taxista, entra correndo, quase cai em cima da recepcionista, e ufa! Consegui...

Na verdade, não.

A velha coroca da recepcionista olha para minha cara esbaforida, olha pro reloginho vagabundo dos anos 60 que ela usa naquele braço branquelo de nazista e balança a cabeça: Impossível!
15 minutos de atraso e eu não vou ser atendida? Não.
Senta e chora. Chora, chora, chora.
Explico que minha médica pediu que o exame fosse feito nessa semana.
Algumas dedilhadas no teclado do computador com a maior má vontade do universo e o veredito: Só na semana que vêm.
Para não pegar o monitor e quebrar na cabeça daquela infeliz, eu chorei como nunca na vida você vai ver uma grávida chorar, entre gritos e palavras inteligíveis.
E a maldita da nazista impenetrável na sua cadeira de recepcionista. Os dedos magros no teclado do computador digitando sabe-se Deus o quê.
E nada do Pablo chegar para me salvar.
Então, entre as lágrimas vi duas médicas, com cara de desesperadas, se aproximando.
Uma delas tentando entender o dialeto que eu murmurava, perguntou o porquê de tanta agonia. Qual foi minha surpresa quando, finalmente a nazista abriu a boca para explicar a situação e a voz doce da doutora diz: Mas sou eu que faço o ultrasson, ninguém me falou que a paciente havia chegado, eu a estava aguardando!
Foi uma mistura de alívio imenso e uma vontade imensa de voar no cabelinho de Beiçola daquela coroca filha da p...

Entre os soluços depois do choro o Pablo chegou, a médica me tranquilizou e o ultrasson começou...

Nem preciso dizer que foi só meu bebê aparecer no monitor para eu esquecer de tudo.
São momentos inesquecíveis esses de ultrasson!
Já estávamos na 21° semana e ainda não sabíamos se era menino ou menina. Desse ultrasson não podia passar. Mas mãe coruja que eu sou, antes da médica falar o sexo eu já logo vi o "bingulin" dele lá na tela!
É um menino! Eu falei antes dela pegar um ar para dar a notícia.
Já tinha chorado tanto que não sobraram lágrimas pra essa hora.

E a aventura nunca termina... ;)

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Pra você guardei o Amor


A obrigação, faz do que poderia ser legal, uma chatice.
Estudei num colégio religioso a vida toda e muita coisa do que eu ouvia durante a semana de oração, passava despercebido entre risadas e cochichos. Mas uma coisa ficou.
Se você pede a Deus paciência, Ele não vai te dar paciência.
Ele vai te dar uma oportunidade de ser paciente.
Se você pede a Deus coragem, Ele não vai te dar coragem.
Ele vai te dar uma oportunidade de ser corajoso.
Ou seja, se você pedir paciência, Ele vai te oferecer mais obstáculos pra que você possa aprender a ser paciente. Ou não. A escolha é sua.
Se você pedir coragem, Ele vai te colocar numa situação de escolha entre ser corajoso ou se acovardar.
As virtudes não vão brotar do nada.
Você precisa escolher vivê-las.

Quando eu descobri que estava grávida, minha vida ficou de cabeça pra baixo.
Todas as dificuldades que uma gravidez inesperada pode trazer, junto com toda a alegria, caiu em cima dessa minha cabeça imatura.
Se eu peço a Deus para encontrar um sentido em minha vida, uma motivação para acordar todos os dias pela manhã, Ele não vai me dar uma razão pra viver, Ele vai me oferecer a oportunidade de transformar a minha vida através de um desafio.
Vai de mim enfrentar, crescer e transformar. Ou fugir.
Bom, se esse blog existe, nem preciso dizer o que eu escolhi viver, afinal... ♥ ♥ ♥

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Como tudo começou...


Eu não queria começar à contar a minha história com o pai do meu bebê ainda, porque eu acho que as histórias tem que ter começo, meio e fim.
Nossa história nem tinha começado direito quando ficamos grávidos.
E agora tão pouco chegou perto do meio, e está bem longe do final.

Mas enfim...

Foi há, mais ou menos, dois anos quando eu o vi pela primeira vez, e definitivamente não foi amor à primeira vista. Aliás, foi raiva à primeira vista.

Minha tolerância com clientes grosseiros e antipáticos é zero. E o Pablo era um desses clientes. Quando eu o atendi pela primeira vez, desejei que nunca mais voltasse. Mas ele voltou, e depois voltou novamente, e mais uma vez e a cada vez que ele retornava, ele retornava um bocado menos grosseiro, menos antipático, menos mal-humorado.
Mas um dia ele voltou, e eu não estava mais lá.
Às vezes eu comentava alguma coisa sobre ele no meu novo emprego. Comentava sobre como ele era bonito e sobre a sua mudança de modos no decorrer do tempo e sobre como eu começava a sentir falta dele, de vez em quando.
O que eu não sabia, era que naquele dia em que ele foi ao salão e eu não estava, ele não aceitaria ser atendido por outra pessoa. E que ele viria me procurar.
E quando ele veio, para minha surpresa, ele não só foi menos antipático, como foi propositadamente gentil.
Conversamos amenidades. Descobri, que ao invés de argentino, ele era chileno. Que ao invés de viver numa caverna, ele morava num apartamento. Que ao invés de arrastar as mulheres pelo cabelo, como eu imagiva, ele era extremamente cavalheiro. E que ao invés de desejar que ele não voltasse nunca mais, eu desejaria que ele nunca mais fosse embora.

...

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Paris é uma festa


Hoje eu assisti um filme sobre uma história de amor em Paris... Meio lugar-comum, mas grávidas choram até em comercial de margarina, então... Achei lindo!!

Mas o fato é: agora todos os possíveis planos que eu poderia ter para os próximos 5 anos estão temporariamente congelados. Viagens, trabalhos, ou até uma saída ao restaurante, vai exigir um planejamento especial depois que o bebê nascer.

Eu tento não dar ouvidos ao que as pessoas dizem a esse respeito, porque elas me apavoram.
Já é desafiador o bastante decidir trazer uma pessoa ao mundo.
Por favor, poupem as grávidas de notícias do tipo:

Você não terá tempo pra fazer mais NADA na sua vida.
Você vai gastar todo o seu dinheiro e um pouco mais com o bebê.
Você vai ficar 1 ano sem comprar uma peça de roupa, sem usar maquiagem, sem ler um livro inteiro.
Você nunca mais vai dormir.
...

Por favor, não façam isso com a gente!
Precisamos acreditar que existe vida após a maternidade!
Já estamos apavoradas tentando nos preparar para sermos super mães.
Não diga, que nunca mais seremos super amantes, super profissionais, super magras*, super viajadas, super elegantes... super mulheres!

Eu acredito que antes de sermos super mães, somos todas super mulheres!
E Paris nos espera! ;)

domingo, 4 de julho de 2010

Ótima!


Eu estou naquela fase em que o corpo já não é mais o mesmo.
Mas a barriga que é bom, quase não dá pra ver! É uma fase estranha...

Sexta-feira passada eu marquei de ir ao teatro.
Cansada de ficar em casa depois de tanto tempo entre camas de hospitais e a minha própria, eu queria sair um pouco. Desbaratinar.

Que bom seria, se eu tivesse uma roupa que me coubesse. Uma calça jeans, foi o que me restou.
Calça da qual já vai trabalhar no meu lugar, de tanto que eu uso.
Eu só queria colocar uma roupa diferente, poxa vida! Tantas no armário, nenhuma caía direito no corpo mais, não como antes.

Comecei tranquila experimentando uma peça, outra peça com aquela mesma peça, depois desistia das duas pegava uma outra peça, tentava uma combinação inusitada, não dava certo, desistia, tentava de novo de outro jeito, nada de novo, quando de repente uma saia, que eu comprei num tamanho maior e nunca mandei ajustar entrou, ufa! Uma regata, um blazer e pronto!

Pronto, ficou horroroso.
Em cima da cama a roupa tava linda. Foi só vestir pra ficar uma m...
O pior é que foi a única coisa que serviu, eu já estava atrasada para o trabalho.
Então, vamô embora. Fui o caminho o inteiro tentando conter o choro.
A auto-estima depois do chão. De dar dó.

Chegando no salão, uma amiga vem na minha direção: Nossa, você tá linda!
Pra quê! Abri a boca na hora. Chorei igual criança.

O pessoal do salão fez um mutirão. Escova, maquiagem, manicure...

No final do dia, minha querida amiga (eu me recuso a dizer o nome) que iria ao teatro comigo, furou. E eu não poderia ir embora pra casa depois de todo aquela produção.
Fui sozinha mesmo e foi ótimo! A peça era ótima, o clima estava ótimo, a av. Paulista também ótima, enfim tava tudo ótimo! (rs!)

Mas ótimo mesmo foi no final de semana, quando fui até uma loja de roupas para gestante e fiz umas comprinhas para mim e para minha auto-estima.
Foi ótimo pras duas! ;)

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Circunstâncias Extremas


No Discovery Home and Health (meu canal favorito agora) existe um programa chamado "Gravidez: Circunstâncias Extremas". Tem tudo quanto é tipo de histórias sobre mulheres com problemas sérios de saúde e que estão grávidas.

Eu imaginava sempre que assistia que realmente não deveria ser fácil. Mas é impossível dimensionar o tamanho do problema até você vivenciá-lo na pele.

Há uma semana eu tive uma crise de cálculo renal, e fui parar no pronto-socorro aos gritos, com dores humanamente insuportáveis. A plantonista me deu Tramal com soro, que é o anestésico mais forte que é possível uma grávida tomar. O procedimento normal seria um anti-inflmatório, mas é vetado para grávidas. Então, que venha o Tramal. Ele causa um enjôo horrível e antes de sentir o efeito anestésico eu já tinha vomitado umas quatro vezes.

Para que o cáculo fosse retirado do rim era preciso encontrá-lo. Para isso o procedimento seria um Raio-x, mas é claro que grávidas não fazem Raio-x. Ou uma Tomografia. Vetado também. A única alternativa era o Ultrasson. Mas o cálculo não apareceu no Ultrasson, e isso quer dizer que os médicos não podem fazer mais nada por mim.

Eu tive que ir para casa, e sempre que a dor voltasse eu teria que correr para o pronto-socorro e ser medicada com analgésicos e outros medicamentos sintomáticos apenas. E isso aconteceu, claro. A dor voltou na manhã do dia seguinte, e na noite do outro dia e assim por diante durante quatro dias.

Foram de longe os piores dias da minha vida. Com certeza. E de repente, uma dia a dor cessou. Mas é claro, depois de toda essa peregrinação, com a resistência baixíssima, eu tinha que pegar uma gripe. Agora me diz, como se cura uma gripe com Paracetamol e suco de laranja? Não cura, espera passar. De novo. Aliás suco era a única coisa que eu conseguia fazer descer na minha garganta. Então, às vezes ainda tinha que dar um pulo no hospital para tomar um sorinho.

Foi uma semana difícil.

Bom, meu repouso acaba hoje (porque eu decidi assim) amanhã eu volto ao trabalho, porque já não aguento mais estar em casa. E vamos ver como será.

Ufa, não é fácil!

1º Ultrasson





10 semanas e 4 dias!

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Não se esqueça da seta!


Hoje tive aulas de Direção Defensiva.

Engraçado, eu grávida, ouvindo coisas do tipo 'se ao fazer uma ultrapassagem, você se deparar com um caminhão vindo na sua direção, não esqueça de dar a seta indicando para que lado você vai desviar'.

Na boa, lembrar da seta nessa hora é brincadeira, né?!?!

E outra, com certeza a reação da grávida aqui seria, claro, tirar as mãos do volante, colocar sobre os olhos e gritar 'Ai meu Deus, vai bater'.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Padecer no paraíso, agora eu entendo...


Esse final de semana foi um dos mais torturantes. A fadiga mental (que me embaralha as palavras na hora de escrever) e a falta de energia (que me embaralha os dedos na hora de digitar) foram ao limite nesses últimos três dias.

Não sei, se são somente os hormônios completamente fora de controle, que trazem esse mal humor insuportável, que deixa à mim, e à todos ao meu redor malucos e à ponto de explodir, ou se é a retirada da paroxetina (amiga que saudade!) que colabora.

Os sintomas da gravidez, já são suficientes para deixar qualquer mulher normal à beira de um ataque de nervos. Mas eu não sou, definitivamente, uma mulher normal. Minha ansiedade é mais intensa do que o normal. Minha sensibilidade é mais suscetível do que o normal. Meu auto-controle é muito mais frágil do que o normal. E com certeza, minha vontade de quebrar coisas quando estou irritada é muito mais forte do que o normal.

E para dormir? Leva um tempo. Porque falta o ar, e não é em qualquer posição que a grávida fica confortável. Sem falar dos gases. Dependendo do que você comer no jantar, esqueça 'uma noite tranquila de sono'. Simplesmente, sua barriga vai inchar como um balão de gás, e as dores serão tão incomodas e pontiagudas que te farão sentir saudades de todas as outras dores.
Outra coisa. Chamar de 'azia' essa fervura de ácidos que borbulham no meu estômago e que de tão forte respigam na minha garganta, é no mínimo injusto, e no máximo uma puta sacanagem.

Fica um alerta.
Nunca arrume confusão com uma grávida. Nunca. Mesmo que ela esteja totalmente sem razão.

Porque, é certo que ela vai chorar compulsivamente, e além de te deixar constrangido com os olhares alheios dizendo 'coitadinha, o que esse monstro fez com ela', ela ainda vai te jogar um terçol.
Ou pior, ela pode amaldiçoar você e suas próximas cinco gerações, e depois bater em você igual àquela velhinha do Madagascar.

Por tudo isso e outras coisas é que agora eu entendo a expressão 'Padecer no paraíso'.
É perfeita!
Chego à ficar frustrada por não ter sucesso em encontrar uma expressão melhor para traduzir todos esses acontecimentos.
É inútil.
Ela é perfeita.
Padecer no paraíso...