sexta-feira, 10 de agosto de 2012

A maluca do parquinho



A maluca do parquinho sou eu, claro!

Desço com o Mathias para o parquinho e já sei o que vou encontrar por lá.
Uma vovó boazinha e cansada, com um netinho bem arteiro. Outra vovó meio doida, com uma netinho que deixa qualquer uma doida mesmo. Outra vovó esquisita, com um neto mais esquisito ainda. Uma mamãe, com duas crianças grandes demais para estar no parquinho. Outra mamãe com cara de quem tem empregada, com a filha arrumada demais pra brincar. Algumas crianças sozinhas ( leia-se largadas!). E eu.

Cada uma dentro da sua peculiaridade. Mas, a mais maluca tinha que ser a mãe do Mathias.

Logo de cara você já me nota, de óculos escuros. Tática pra só conversar com quem me der na telha. Essa  'social do parquinho' me irrita um pouco. E quando eu converso com alguém, eu pareço ainda mais maluca. Falo alto, falo demais, desabafo. Porque mãe não conversa, mãe desabafa. Mas não deixo ninguém se meter na minha vida. Já mando pro inferno. Ah sim, tem os palavrões. Um dia vou acabar excomungada no parquinho. E sem contar o jeito de me vestir que destoa. Parece que existe um código de conduta subjetivo quanto a isso. Eu não mudei meu guarda-roupa depois que virei mãe. Nem pretendo. E quando eu falo com o Mathias, eu falo de igual pra igual. Não tem essa, de "vem cá neném". É "Mathias presta atenção, meu".

Enfim, eu não sou desse planeta.
O engraçado é que eu vivo dizendo pro Mathias que, de tão arteiro, ele deve ter vindo de outro planeta... Vai ver veio mesmo!