segunda-feira, 20 de julho de 2015

Sério?


Essa dinâmica do parquinho é muito chata, gente. Sério.
Não dá.
Eu passo metade do meu dia lavando, limpando, cozinhando e cuidando de criança.
Chego no parquinho e encontro outras mamães, vovós, titias, cuidadoras, irmãs mais velhas que fazem o que?
Lavam, limpam, cozinham e cuidam de criança.
E qual é o assunto no banco do parquinho?
Lavar, limpar, cozinhar e cuidar de criança.

MEEEEEEEU vamos falar de outra coisa, pelo amor de Deus?
Vamos entrar num debate acalorado sobre física quântica mesmo sem nunca ter lido nada a respeito, vamos discutir o sexo dos anjos, vamos falar sobre como é saber que somos todos poeria das estrelas, sei lá!
Mas pelamor, não me venha de novo com essa da máquina de lavar que tá quebrada, não quero saber se o moleque só come macarrão e muito menos se o pinico quebrou e agora o guri faz xixi no tapete da sala, não, não naaaaaão!

Não me entendam mal, eu gosto de ser mãe.
Me tornar mãe me fez plena.
Por outro lado, ser mãe não me define.
Eu sou muito mais que isso, graças à Deus.
Eu gosto de comer peixe, eu bebo, eu fumo (me julguem), eu li Dostoeivski, eu fugi de casa quando era adolescente, eu desenho pra caramba e pretendo um dia escrever um livro.
E quando não estou ocupada fazendo um milhão de planos sobre o futuro, trabalho como mãe social de uma criança incrivelmente desobediente.

Prazer em conhecer.
O prazer é meu.

Vem você também, ser mais do que um avental sujo de ovo, vem.

sábado, 11 de julho de 2015

Maternidade x Feminismo


A maternidade ainda é questão mal resolvida dentro do feminismo. Aconteceram muitos avanços para as mulheres porém poucos para as mães. As reinvidicações feministas não foram baseadas em mulheres que tem filhos. E hoje isso está em evidência. As mães ainda ganham 20% menos que as mulheres sem filhos. São culpabilizadas pela maternidade. E essa maternidade reinventada nos anos 90 é um agravante. Nos anos 60 uma mãe poderia tomar uma xícara da café na varanda, hoje ela precisa estar com os filhos 24h por dia. Ela precisa estar lá para ser uma boa mãe. Isso não quer dizer que gostaríamos de regredir, mas a expectativa de vida das mães vem diminuindo. A saúde dessas mulheres está se deteriorando devido ao estresse. O cenário ideal seria a flexibilidade não estigmatizada. Porém numa sociedade que empurra as mulheres para licença-maternidade e pune os homens que priorizam suas famílias, esse cenário é uma utopia.Algo muito importante está sendo ignorado, tudo isso não é um problema das mães, é um problema de todos, é uma questão de direitos humanos. - Mães nos dias de hoje, gnt.doc

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Mãe cansada part.6

- Acho que tô gostando mais de você mãe.
- Que bom!
- É pq você cuida, as crianças querem que a mãe "cuida".
- É mesmo? E as mães querem que as crianças obedeçam.
- Não tem mais crianças que obedeçam. Não existe essas crianças que "obedeçam".