terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Here I am again...


Pois é, aqui estou eu de novo. Mais uma cirurgia. Agora, pra retirar esse cálculo maldito. Dois centímetros de muita dor. Como o meu rim podrinho está funcionando ainda nos seus 28%, vamos ficar com ele mesmo. Não vamos retirá-lo. A dor é tão forte que só alivia com morfina. Já tô bem louca, tomando morfina todo dia pra dor e Rivotril à noite pra dormir. Já não respondo mais por mim. O que eu ando falando não se escreve. Apesar de estar escrevendo agora, nesse instante. O sono tá batendo... ZZZzzzzzzz

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

I'm a single mom, I'm a single mom ♫♫


Eu costumo dizer que uma gravidez indesejada não é uma doença contagiosa como algumas pessoas pensam que é. Primeiro, porque você não pega sem querer, você sabe muito bem o que está fazendo. Segundo, porque a  vida continua, literalmente.
Sempre achei péssima essa ideia que o brasileiro tem de que a mulher que engravida sem planejamento é uma coitadinha precisando de apoio e atenção. Eu discordo.
Primeiro pelo fato de que, pra gozar ninguém me chamou, correto? Agora pra comprar pacotinho de fralda com certeza vai chegar um cartãozinho lá em casa me chamando! Por isso (minhas amigas sabem) lutei muito contra a ideia de fazer o tal chá de bebê. Nunca tinha ido num chá de bebê na vida! O meu foi o primeiro e confesso que, mesmo cedendo aos pedidos e comparecendo, não deixei de me sentir uma oportunista recebendo todos aqueles presentes. 
O segundo fato é que, se a mulher quer formar uma família com o pai do bebê tem que começar pelo começo. Não dá pra engravidar, casar e se apaixonar. Não coloque o carro na frente dos bois, os antigos já diziam. Nesse caso a ordem dos fatores altera o produto sim. A probabilidade disso dar certo é baixíssima. Eu mesma até conheço alguns casos de sucesso. 'Casos' no plural mesmo, mais de um. Mas não deixa de ser um negócio arriscado.

Enfim, o que eu quero dizer é que nós, mães solteiras, assumimos o risco, conhecemos a culpa, tomamos a responsabilidade no peito e batemos pro gol! Estamos muito bem obrigada! 

Mas sejamos realistas. Não dá pra exigir de nós, a mesma disposição e tempo pra pensar em muita coisa além do essencial e do prático. Porque estando sozinha nessa empreitada, o essencial e o prático já preenchem todos os espaços. Isso sem contar com o preconceito. Siiim, ele ainda existe, é comum, e muitas vezes vem de onde menos se espera. Como de um certo pediatra, por exemplo.

A maior dificuldade em criar um filho sozinha, diferente do que as pessoas pensam, não é a financeira e nem a prática, como ter alguém que troque uma fralda ou acorde de madrugada no seu lugar. O mais difícil nessa tarefa é invisível aos olhos. É a responsabilidade. É não ter com quem dividir a responsabilidade. Porque, o dinheiro a gente corre atrás, uma pessoa pra ajudar sempre aparece, mas ninguém vai conseguir compartilhar comigo esse peso de ser a única responsável por essa vida frágil e dependente. Pra isso não tem substituto. Ou é o pai ou não é ninguém.

Criar um filho sozinha, é não ter nunca mais nem 1 minuto de desconexão. Não tem pra quem apontar o bebê e dizer: Toma que o filho é seu também! Todas as decisões quem toma sou eu. Quem tem filho sabe a demanda de trabalho que é. Às vezes eu só quero alguém pra decidir por mim se ele vai tomar suco de maçã ou chá de camomila. Seria bom ter alguém pra decidir pelo menos 20% das questões que aparecem diariamente entre saúde, alimentação, educação, lazer...
E tudo isso pode ficar ainda mais exaustivo somado aos extensos processos judiciais que envolvem uma separação ou um reconhecimento de paternidade, e toda a bagagem emocional que eles acarretam. Não vou entrar nesse mérito pra não desviar do assunto, mas essa bagagem pode deixar uma mácula irreversível no psicológico da mãe e do bebê.

Em suma, por toda essa maratona diária que exercito, é que sou da estirpe das mães ativas. De uma maternidade consciente em que a mãe é a protagonista. Ser mãe ativa não depende da sorte de ter um relacionamento bem-sucedido. Ser mãe ativa não depende do julgamento de alguém que se diz especialista.
Depende sim, da minha iniciativa, do meu desassossego, do meu questionamento, da minha autonomia. Da minha dedicação em orientar os passos do meu filho na direção certa. Da minha dedicação em dar o exemplo. E principalmente, da minha dedicação em acreditar em mim mesma como mãe.

As pessoas não dizem por aí que as mães erram tentando acertar? Então! Quando se lê mães, estão incluídas todas, até mesmo as solteiras. Estamos asseguradas! 

terça-feira, 3 de janeiro de 2012