Ca-ca-calma

Olhando o Mathias brincar, fiquei pensando que um dia ele vai crescer... (jura?)

Por mais natural que isso possa parecer às vezes eu me esqueço.
Não sei como é isso para outras mães, mas eu sinto um medo doido.
Um medo egoísta mesmo.
Medo da independência dele. Medo dele crescer e não me amar mais.
Medo dele não precisar mais de mim, e nem lembrar mais que eu existo.
Medo de ter feito muita coisa errada e estragar o adulto que ele vai se tornar.
Medo dele na escola, aprendendo valores diferentes daqueles que eu ensino em casa.
Medo dele achar a mãe do amiguinho melhor porque ela deixa ele comer Danoninho.
Medo do olhar dele esperando uma resposta, quando eu não sei o que dizer.
Medo de não conseguir afagar todas as angústias da adolescência.
Medo que ele tenha medo.
E também que o medo dele o impeça de conquistar toda essa independência que me dá tanto medo...

Pé no chão

E foi esse o exato momento em que o Mathias ficou em pé pela primeira vez! Assim como se fosse a coisa mais natural do mundo (na verdade é, rs). Um joelho, depois o outro. Estica uma perna, depois a outra. 

O que eu não esperava é que fosse assim, tão simplório pra ele... Eu queria fogos de artifício! No mínimo. 

Também o que eu podia esperar? Que ele tirasse um diploma pra dirigir as próprias pernas e depois organizasse uma cerimônia de iniciação?

Mamando na colher

A iniciação na rotina das papinhas tem sido muito engraçada!

Logo de cara o gordinho encarou super bem e mandou pra dentro um prato cheio de papa de abobrinha com batata, brócolis e carne!

Mas foi uma bagunça.

Primeiro, porque ele não entendia que agora não era preciso sugar e sim, mastigar. Como eu posso colocar a colher pra dentro da boca, com ele fazendo aquele biquinho de quem espera um peito... Praticamente impossível!

Outra coisa que ele não entendia era,  porque a colher tinha que ir até o prato pra voltar cheia? Ele achava, naturalmente, que era só mamar na colher e a comida desceria bem quentinha! Cada vez que a colher saia da boca pra ir até o prato era uma grito de choro desesperado... Haja paciência!

Tentei deixá-lo comer sozinho. Não deu muito certo. Na segunda colherada já tinha comida até na cortina do outro lado da sala.

Enfim, só lá pro quarto dia é que as coisas engrenaram.
Mas cada dia é um novidade, uma evolução, um aprendizado.
Sempre muito divertido, claro!

Olha filha, ele machucou o côco!

A primeira ida ao pronto-socorro a gente nunca esquece. Humpf!
Mathias caiu da cama da avó dormindo, direto no piso de ardósia!
Galo na testa na hora!
Lá vamos nós pro hospital.
Morrendo de vergonha dos olhares recriminadores do tipo: "Que louca, deixar o menino cair desse jeito!"

Logo na entrada, um pai lança essa: "Olha filha, ele machucou o côco!"
Aí, já quebrou o gelo.
O jogo do Brasil passando na televisão ajudou a distrair a tensão.
Conversa vai, conversa vem, na sala de espera com outros pais e mães, e outros "côcos machucados" vão surgindo...rs!
É, ainda bem que eu não sou a única maluca que deixou o filho cair de maduro.
Mas o sofrimento não tinha terminado, ainda tinha a bendita da tomografia.
Aliás, eu não sei o que doeu mais em mim.
Fazer o Mathias tomar aquele remédio pra dormir na hora de fazer a tomografia,
ou encontrar ele no chão do quarto chorando.

Cinco horas e uma puta dor nas costas depois, saiu o resultado. Tudo ok!
Vamos embora pra casa e agora é cuidado redobrado.
Pra nunca mais ter que voltar nesse pronto-socorro.
Pelo menos, não até ele fazer uns 18 anos....rs! ;)

Mommy's little monster

Todo dia ela faz tudo sempre igual

Acorda 7h30. Troca fralda. Amamenta. Coloca ele nos brinquedinhos. Troca o jornal do cachorro. Põe o lixo pra fora. Passa o aspirador na casa. Arruma as camas. Toma café da manhã. Troca fralda. Amamenta Coloca ele no colo. Escreve no blog, marca a pediatra. Troca fralda. Amamenta. Coloca ele na cozinha. Lava a louça. Pendura a roupa no varal. Põe outra roupa na máquina. Prepara o almoço. Troca fralda. Amamenta. Coloca ele no cadeirão junto à mesa. Almoça e conversa com ele. Pendura a roupa no varal. Prepara o banho. Prepara o chá. Dá o banho. Oferece o chá. Deixa ele dormindo. Lava louça, limpa o aquário, arruma as roupas no armário. Troca fralda. Amamenta. Deixa ele brincando com a vó. Prepara a mamadeira. Oferece a mamadeira. Dá um colinho. Põe na cama  às 20h00. Toma banho, senta pra jantar, costurar, assistir TV etc, etc etc...

Meu Deus, todo dia, tudo igual...
Confesso que às vezes torço pra alguma coisa dar errado, só pra sair da rotina...!

A saga do Pediatra

O primeiro:
Dr. Sérgio. Trinta e cinco anos de profissão, 'diploma da Usp', simpático e atencioso.
Defeito:
Preconceito com mãe solteira em pleno século 21. É mole? Chamou minha atenção porque o pai do Mathias não participava das consultas. Quis me ensinar sobre a importância da presença do pai no desenvolvimento da criança. Obrigada por me explicar o óbvio!


O segundo:
Dr. Alberto. Foi indicado por uma amiga querida, atende numa clínica ótima, com PS e toda equipada.
Defeito:
Indiferente. Examinou o Mathias num piscar, mandou eu parar de usar o talco, e levar o menino para a praia.. Hã?? O que ele não reparou, é que o meu filho tem a pele super sensível. Tem vezes que nem o talco dá conta das 'dobrinhas' e eu tenho que usar Maizena no bichinho. E também por isso, fica claro que levá-lo à praia com 3 meses não seria uma ideia lá muito inteligente. Fala sério...


A terceira:
Dra. Maria Emília. Indicada também, consultório ótimo, perto de casa, simpática, carinhosa ao extremo, atenciosa e paciente.
Defeito:
Não atende convênios e a consulta custa R$ 200,00.
...
Mas com reembolso e desconto de 50% dá pra encarar. Ela é ótima!
Por enquanto. ;)

Crise dos 30

www.balzaquianaspotlatch.blogspot.com

Nossa, quantas agonias eu vivia antes do meu gordinho chegar...
Vista daqui, minha vida parecia tão fácil!

Muito leite..