quinta-feira, 22 de julho de 2010

Como tudo começou...


Eu não queria começar à contar a minha história com o pai do meu bebê ainda, porque eu acho que as histórias tem que ter começo, meio e fim.
Nossa história nem tinha começado direito quando ficamos grávidos.
E agora tão pouco chegou perto do meio, e está bem longe do final.

Mas enfim...

Foi há, mais ou menos, dois anos quando eu o vi pela primeira vez, e definitivamente não foi amor à primeira vista. Aliás, foi raiva à primeira vista.

Minha tolerância com clientes grosseiros e antipáticos é zero. E o Pablo era um desses clientes. Quando eu o atendi pela primeira vez, desejei que nunca mais voltasse. Mas ele voltou, e depois voltou novamente, e mais uma vez e a cada vez que ele retornava, ele retornava um bocado menos grosseiro, menos antipático, menos mal-humorado.
Mas um dia ele voltou, e eu não estava mais lá.
Às vezes eu comentava alguma coisa sobre ele no meu novo emprego. Comentava sobre como ele era bonito e sobre a sua mudança de modos no decorrer do tempo e sobre como eu começava a sentir falta dele, de vez em quando.
O que eu não sabia, era que naquele dia em que ele foi ao salão e eu não estava, ele não aceitaria ser atendido por outra pessoa. E que ele viria me procurar.
E quando ele veio, para minha surpresa, ele não só foi menos antipático, como foi propositadamente gentil.
Conversamos amenidades. Descobri, que ao invés de argentino, ele era chileno. Que ao invés de viver numa caverna, ele morava num apartamento. Que ao invés de arrastar as mulheres pelo cabelo, como eu imagiva, ele era extremamente cavalheiro. E que ao invés de desejar que ele não voltasse nunca mais, eu desejaria que ele nunca mais fosse embora.

...

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